17 fevereiro 2010

História de Natal

No final do 1º Período, a BE-CRE promoveu uma actividade de "leitura interturmas", ou seja, dois alunos saiam da sua sala para irem ler uma história de Natal a outra sala. Dessa, saiam outros dois, até todas as turmas terem ouvido a história, contada por pessoas diferentes.
A actividade foi uma surpresa para os alunos, assim como a história que falava de...

UM PRESENTE SURPRESA

Há muito tempo atrás, havia um rei muito, muito rico.
Tinha tanto dinheiro que podia encher a meia de Natal de todas as crianças do país e ainda lhe sobraria muito dinheiro. Por que razão, então, odiava ele o Natal?
A razão era esta. O Rei queria um presente-supresa na manhã de Natal.
Nunca ficava surpreendido com os presentes maravilhosos que recebia. Já lhe tinham dado:
Um livro de respostas a todas as perguntas dos professores.
Um cesto de piquenique que brilhava no escuro quando o levava a uma festa depois da meia-noite.
Uma almofada para o adormecer ao som de uma canção.
Uma poça de água para saltar dentro de casa sem molhar a carpete…
“Já tenho um desses”, dizia sempre o Rei.
Um dia, numa manhã de Natal, mesmo antes de o sol nascer, o Rei perdeu a paciência.
— Será que ninguém me consegue trazer um presente que me surpreenda? — gritou. — Chamem o feiticeiro real!
— Aqui me tendes, Majestade.
— Não fiques aí especado! Faz alguma coisa. Isto é uma ordem!
ABRA – CA – ZAM!
Num abrir e fechar de olhos, o Rei foi transportado para uma floresta escura, coberta de neve.
— Mas onde é que eu estou? — perguntou. — Esperem até eu regressar ao palácio. Aquele feiticeiro não sabe com quem se meteu!
— Alto lá, será que estou a ver ao longe uma casa?
Suspirando de alívio, caminhou até chegar a uma cabana, com o telhado coberto de neve, situada perto da floresta que se encontrava vazia.
— Onde estará o dono? — perguntou o Rei. — E porque não há decorações de Natal e uma árvore com luzinhas?
Na cabana não havia o menor indício de Natal. Excepto um calendário em cima do fogão da sala, aberto no dia 24 de Dezembro.
— É véspera de Natal! — disse o Rei.
Será que iria passar sozinho o primeiro Natal da sua vida?
— Para começar, é melhor aquecer-me e manter-me ocupado.
Cortou uma árvore na floresta e colocou-a num canto da sala. Foi divertido pendurar as decorações de Natal que encontrou numa caixa debaixo da escada, bem como acender a lareira e pôr a mesa para a ceia de Natal.
Depois de ter feito tudo isto, o Rei desenhou um cartão de Natal para o dono da cabana e colocou-o em cima da chaminé. Fez, em seguida, um embrulho de oferta, mas sem nada dentro.
Colocou o embrulho debaixo da árvore de Natal e, por último, pôs a mesa para mais uma pessoa.
— Nunca se sabe… — suspirou.
Depois de tanto trabalho, adormeceu profundamente diante da lareira.
A claridade do dia e o tilintar de campainhas de um trenó acordou-o. A porta abriu-se de repente e um homem gorducho entrou. Exactamente o tipo de pessoa que esperaríamos ver num sítio como este. Como trazia geada nas sobrancelhas, gelo na barba, flocos de neve a derreter no fato vermelho e um saco vazio, o Rei demorou algum tempo a reconhecê-lo.
— Pai Natal?! — perguntou espantado.
— Quem é o senhor?
— Sou um Rei.
— Um Rei? - O Pai Natal olhou o seu visitante com espanto e a sua voz foi-se apagando, enquanto percorria com os olhos as decorações, a mesa de jantar, o cartão na chaminé, e o presente debaixo da árvore.
— Como sabia que nunca tive um Natal a sério? — exclamou este.
— Nunca? – perguntou o Rei.
— Estou sempre demasiado ocupado antes do Natal. Depois fico demasiado cansado. E agora Vossa Majestade organizou tudo. Estou-lhe tão grato. Como se lembrou de um presente-surpresa tão bonito?
— Presente-surpresa?
— O meu próprio Natal! — respondeu o Pai Natal. — É o meu primeiro Natal!
— É o primeiro que ofereço… — disse o Rei, pensativo.
O Rei nunca esqueceu a lição que o seu feiticeiro lhe deu. Quando se é um rei que tem tudo, receber um presente-surpresa é difícil, mas dar um é fácil!
Algum tempo depois, quando nomeou o feiticeiro seu Primeiro-Ministro, o Rei disse:
— Só há um pequeno problema. O que devo pôr dentro do embrulho que deixei debaixo do pinheiro? O Pai Natal não sabia qual o presente que queria receber!
— É simples — sorriu o feiticeiro.
E sussurrou algo ao ouvido do Rei.
Adorava dizer-vos o que ele sugeriu… Mas isso iria estragar a surpresa!
Chris Powling
Sally Grindley (org.)
Christmas stories
London, Kingfisher, 1994
Adaptado por Sandra Lopes

scraps para todas as ocasiões

Contadora de Histórias

No mês de Dezembro, a BE-CRE recebeu a presença de uma contadora de histórias da Livraria Infantil "Aqui há Gato".
Os alunos deliciaram-se com as suas histórias tão divertidas e aprenderam a fazer a dobragem de um gato.


ORIGAMI - DOBRAGEM DE UM GATO