07 março 2011

O giro das histórias

Dom Gato e Dona Gatinha decidem que está na hora de casar a sua filhinha, mas preparar um casamento não é tarefa fácil! Entre a escolha do noivo, dos padrinhos e outros acompanhantes, tudo pode acontecer.
O texto é de Luísa Ducla Soares e as ilustrações de Pedro Leitão.

Para se contar uma história...

P'ra se contar uma história
há-de-se vestir de história.
P'ra se vestir de história
há-de-se despir da própria pele
se tatuar de gestos largos e comedidos
se impregnar de sons e cheiros
ter no olhar o brilho das estrelas
e o escuro do poço mais fundo
sem perder as nuances, todas elas
que habitam entre o clarão e o escuro!
P'ra se contar uma história
há-de-se mergulhar nela
sem medo de morrer afogado
há-de-se levá-la às alturas
sem medo de despencar do alto.
P'ra se contar uma história
há-de-se inventar palavras
há-de-se despertar choro
há-de-se acender risos
sem se dar por isso.
P'ra se contar uma história
há-de-se cantar cada palavra
com gosto de palavra nova
e cada palavra nova
o som dos sinos trazer consigo
a ecoar desde o sempre até ao infinito
fundindo silêncio e grito
de toda memória...
P'ra se contar uma história
há-de-se despir da própria pele
se tatuar de gestos largos e comedidos
se impregnar de sons e cheiros
ter no olhar o brilho das estrelas
e o escuro do poço mais fundo
sem perder as nuances, todas elas
que habitam entre o clarão e o escuro!

(Batista Filho)

Ideias!

Duas meninas brasileiras, Emanuelle e Thainá, criaram uma biblioteca comunitária, aberta gratuitamente aos moradores do seu bairro. O facto inédito de duas meninas, uma com dez e a outra com onze anos, abrirem uma biblioteca comunitária no porão da casa de uma delas tornou-se notícia. Vários escritores doaram algumas das suas obras. As meninas viram o acervo da pequena biblioteca crescer de forma impressionante. O que era pouco mais de cem livros no início, atualmente chega a cerca de cinco mil.